segunda-feira, fevereiro 14, 2011


Introdução
O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi sem duvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a ressurreição consciente (o re-nascimento) do passado, considerado agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.


MECENAS
O Renascimento artístico só foi possível graças à figura dos mecenas. Mas como eles surgiram e quem
eram?
A partir do século XI, a Europa passou a vivenciar progressos em diversos setores. O desenvolvimento
do comércio, o aumento populacional, a expansão, o crescimento das cidades e o surgimento das
universidades são exemplos de mudanças substanciais que ocorreram naquele período.
O progresso econômico foi de fundamental importância para que o Renascimento se concretizasse,
pois, na medida em que a riqueza se acumulava, muitos dos novos ricos patrocinavam a literatura e as
artes. Surge a figura do mecenas, uma pessoa poderosa que protegia artistas, investia em
construções, patrocinava escolas, adquiria pergaminhos antigos e incentivava a produção de afrescos,
quadros e esculturas.
Os mecenas investiam em diversos ramos do conhecimento e das artes. Vejamos, então, alguns de
seus empreendimentos.
- Encomendavam e pagavam a tradução de grandes clássicos.
- Contratavam escribas profissionais para a cópia de livros das suas bibliotecas.
- Pagavam obras e reformas em igrejas, construindo capelas e alojamentos para noviças.
- Construíam bibliotecas e restauravam monumentos antigos.
- Contratavam artistas para construir seus palácios.
- Patrocinavam todos os mestres de primeira linha.
- Subsidiavam exércitos.

Conheça os principais mecenas da Itália:
Em Florença, destacou-se a família Médici. Para se ter uma idéia da
influência e poder que essa família teve durante o Renascimento, basta ver
o exemplo de Lourenço de Médici. Lourenço encomendou obras da maioria
dos grandes pintores e escultores de sua época, como, por exemplo,
Botticelli. Seu filho Giovanni se tornou o papa Leão X, seu sobrinho, Giulio,
o papa Clemente VII e sua sobrinha-neta, Catarina, casou-se com o Rei da
França.
Lourenço de Medici


A família Sforza exerceu influência sobre Milão. Foi Ludovico Sforza, duque de Milão, o mecenas de
Leonardo da Vinci.

A família d' Este exercia, durante o Renascimento, a
soberania sobre a cidade de Ferrara. Vários membros
dessa família foram mecenas de grandes artistas como
Rafael, Ticiano e até Leonardo da Vinci.
Diversos papas que exerceram o pontificado, durante
o Renascimento, patrocinaram artistas. É o caso de
Júlio II - que foi mecenas de Rafael e Michelangelo - e
Leão X.
Leão X

O HOMEM RENASCENTISTA
Se você fosse um jovem no Renascimento, não bastava, como hoje, estudar, tirar boas notas, praticar
esportes, ser simpático, falar dois idiomas e ser voluntário num projeto social para ser reconhecido na
sociedade. Era necessário muito mais. Descubra, agora, algumas das características que você deveria
possuir para ser um verdadeiro homem renascentista.
- Saber compor versos.
- Tocar um ou mais instrumentos musicais.
- Manejar com destreza as armas.
- Nadar.
- Dançar com elegância.
- Saber conversar com homens e mulheres.
- Entender de História - para poder relatar e exaltar os feitos de sua família.
- Entender de política e técnicas mercantis - para poder ser respeitado pelos ricos e poderosos.
- Compreender a Filosofia - para não fazer papel de tolo diante dos sábios.
Você cansou! Mas não pára por aqui...
- Você deveria também entender de arte - para escolher bem as obras dos pintores e escultores
famosos.
- E se especializar em duas ou três profissões que poderiam ser: medicina e anatomia; matemática e
engenharia; arquitetura; astronomia ou botânica.
Assim, você seria reconhecido como um verdadeiro homem renascentista e como um humanista.

A EVOLUÇÃO DA ARTE
TEMÁTICA

Tanto na pintura como nas demais artes, os temas abordados passaram
por uma renovação.
As obras de arte gregas e romanas começaram a ser a principal
inspiração.
A arte deixou de ser criada somente para louvar a Deus e passou a
mostrar o mundo da beleza - a beleza da figura humana.
As pessoas e suas formas passaram a ter importância e a aparência,
quanto mais próxima possível do mundo real era a mais valorizada.
Vênus de Milo (130-120a.C.), escultura da
Antiguidade Grega.
LUZ, CORES E EXPRESSÃO
No Renascimento, luz e cores passaram a ser utilizadas com
maestria para retratar situações e emoções.
Nos retratos bem como nas pinturas dessa época, podemos notar
alguns sentimentos expressos nas faces dos personagens.
Este é um dos retratos pintados por Ticiano (1490-1576). Ticiano foi um dos mestres na pintura de retratos. Ele
mostrou, em sua obra, como a luz e a cor poderiam retratar os mais diversos sentimentos humanos.
A UTILIZAÇÃO DA TELA E DO CAVALETE
A utilização da tela e do cavalete deu mais mobilidade aos artistas que passaram a pintar nos mais
diversos locais, não mais em ambientes fechados e, algumas vezes, pouco iluminados.

O USO DA TINTA A ÓLEO
O uso da tinta a óleo possibilitou a criação de sensações jamais vistas
como brilho, sombra e efeitos luminosos.
O óleo facilitou o processo de pintura, pois esse tipo de tinta demorava
mais para secar, disponibilizando mais tempo para o artista pintar os
pequenos detalhes da obra.
A utilização da pintura a óleo transformou a obra de arte em
mercadoria, pois a tela poderia ser retocada várias vezes e ser
transportada com facilidade, o que não era possível com os afrescos.
O casal Arnolfini - pintura a
óleo de Jan Van Eyck.
PERSPECTIVA
Os afrescos e pinturas decorativas até a Idade Média possuíam
apenas duas dimensões: largura e altura.
A técnica da perspectiva, introduzida durante o Renascimento,
proporcionou um grande avanço na arte, possibilitando
representar também a terceira dimensão, a profundidade.
Com isso, as obras passaram a parecer mais realistas.
Cristo Morto - Andrea Mantegna. Um
exemplo clássico de perspectiva.


Características Principais:
  - Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais;

  - As qualidades mais valorizadas no ser humano passaram a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico;

  - Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em Deus ( teocentrismo ), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo);

  - A razão e a natureza passam a ser valorizadas com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo.
  - Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.
  - Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.

Durante os séculos XIV e XV, as cidades italianas como, por exemplo, Gênova, Veneza e Florença, passaram a acumular grandes riquezas provenientes do comércio. Estes ricos comerciantes, conhecidos como mecenas, começaram a investir nas artes, aumentando assim o desenvolvimento artístico e cultural. Por isso, a Itália é conhecida como o berço do Renascentismo. Porém, este movimento cultural não se limitou à Península Itálica. Espalhou-se para outros países europeus como, por exemplo, Inglaterra, Espanha, Portugal, França e Países Baixos.



Monalisa de Leonardo da Vinci: uma das obras de arte mais conhecidas do Renascimento


Principais representantes do Renascimento Italiano e suas principais obras:
- Giotto di Bondone (1266-1337) - pintor e arquiteto italiano. Um dos percursores do Renascimento. Obras principais: O Beijo de Judas, A Lamentação e Julgamento Final.

- Michelangelo Buonarroti (1475-1564)- destacou-se em arquitetura, pintura e escultura.Obras principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina (Juízo Final é a mais conhecida).
entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou grande número de cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade do artista, uma particularmente representativa é a criação do homem. 

- Rafael Sanzio (1483-1520) - pintou várias madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus).

- Leonardo da Vinci (1452-1519)- pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor, etc. Obras principais: Mona Lisa, Última Ceia.
ele dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade mas estimula a imaginação do observador. Foi possuidor de um espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos do conhecimento humano.

- Sandro Botticelli - (1445-1510)- pintor italiano, abordou temas mitológicos e religiosos. Obras principais: O nascimento de Vênus e Primavera.
os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu ideal de beleza. Para ele, a beleza estava associada ao ideal cristão. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam esse dom de Deus.


Fontes: - www.historiadaarte.com.br
            - www.historiageralcomgd.blogspot.com
            - www.educacional.com.br


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